Os desafios do novo presidente do Bahia
O Bahia terá um novo presidente a partir dos próximos dias. Guilherme Bellintani, candidato apoiado pela situação, foi eleito pelos torcedores como o sucessor de Marcelo Sant’Ana no próximo triênio. Uma bola que já era cantada desde as prévias, sobretudo com o relativo sucesso do tricolor na temporada.
Com 40 anos, Bellintani deixou a carreira pública para se tornar administrador do Bahia. Secretário de Desenvolvimento no mandato do prefeito de Salvador, Antônio Carlos Magalhães Neto (DEM), o novo presidente do clube terá a missão de mantê-lo na rota do progresso, algo exaltado pela torcida nos últimos anos.
Lógico que o grande foco da nova administração será o departamento de futebol, que foi bastante criticado pelo torcedor na gestão de Marcelo Sant’Ana. A administração anterior adotou o slogan “A Vez do Futebol” e pagou o preço, principalmente em 2015, quando não conseguiu o acesso à elite do futebol brasileiro. Evoluiu nas duas últimas temporadas, mas ainda sofre com as críticas. Segundo Guilherme Bellintani, qualquer nova receita será aplicada no futebol, e o foco será contratações de jogadores que cheguem ao Fazendão em condições de serem titulares. Além disso, a ideia é manter a política de contratação de atletas emergentes, evitando o investimento nos profissionais em fim de carreira.
Outro grande desafio de Bellintani é dar utilidade à Cidade Tricolor, centro de treinamentos construído em 2013, mas que nunca foi utilizado pelo Bahia. O imóvel se tornou objeto de brigas na Justiça, e o clube só conseguiu ter a sua posse em 2017. O novo presidente quer fazer da Cidade Tricolor um centro de referência na revelação de novos atletas para o Nordeste, aumentando o patrimônio, diminuindo o custo com contratações e potencializando receitas futuras com a venda de jogadores.
Bellintani encontra o Bahia numa situação financeira ainda desequilibrada, mas longe de ser caótica. O clube, nos últimos dois anos, subiu suas receitas de R$ 85 milhões para R$ 121 milhões, sobretudo com o acordo feito com o Esporte Interativo, que comprou os direitos de transmissão dos jogos do tricolor na Série A a partir de 2019. No entanto, o endividamento segue alto – segundo o último balanço, o passivo supera os R$ 190 milhões, e mais de 80% das dívidas são fiscais e trabalhistas. Mesmo com os inúmeros acordos feitos pelo Departamento Jurídico (que, aliás, foi comandado por Vitor Ferraz, atual vice-presidente de Bellintani), o número é preocupante. O atenuante é que o Bahia conseguiu amortizar a dívida fiscal através do Profut, e prolongou o passivo trabalhista com parcelas suaves. Elas, no entanto, seguem comprometendo o orçamento.
O Bahia deve seguir seu planejamento de reestruturação a longo prazo. Com a meta de subir um degrau a cada ano, a meta é brigar entre os oito melhores na Série A, disputando sempre uma vaga na Libertadores. Com times sem grandes estrelas, mas competitivo. Fora de campo, buscar o tão almejando equilíbrio financeiro, tornando o clube mais sustentável. O cenário, apesar de ainda estar muito longe do ideal, é bastante animador.
Fonte: Elton Serra, blogueiro do ESPN.com.br
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