Antes de assumir a posição de titular e brilhar na zaga do Corinthians, Fabián Balbuena já havia convivido com a responsabilidade e a cobrança para não cometer erros. Ele foi estudante de contabilidade em uma universidade pública no Paraguai e trabalhou por quatro meses no escritório Avalos & Asociados, em Ciudad Del Este.
"Eu era auxiliar contábil e ajudava a contadora a fazer os balanços, inventários, faturas e carregar o livro diário. Todo dia estava no escritório e foi algo bem diferente porque tinha 18 anos", disse o defensor paraguaio ao ESPN.com.br.
A cobrança para não cometer erros era permanente. Isso porque Balbuena lidava com as finanças de outras empresas. Uma distração poderia custar caro...
"Nessa época eu fazia a contabilidade de uma empresa petrolífera e de gás muito grande por aqui. Tinha um movimento financeiro muito grande e eram valores altíssimos que nós cuidávamos. Aprendi demais nesse período", relatou.
O defensor já havia feito o ensino médio voltado para as ciências contábeis e permaneceu por dois anos no curso superior, mas não chegou a se formar.
"A faculdade me ajudou muito a ter noção de administrar as minhas próprias coisas e a ter facilidade com números. Eu faço contas com bastante rapidez. Eu fico a cargo da questão financeira da minha família", garantiu.
A responsabilidade naquele momento não era uma novidade para o paraguaio. Balbuena já dividia uma rotina como jogador da base do Cerro Porteño de Presidente Franco desde os 13 anos ao mesmo tempo em que ajudava os pais e os três irmãos a vender frutas e pastéis feitos pela avó.
Durante o período no qual trabalhou no escritório, o jovem inclusive jogou a Segunda Divisão do Paraguai. Foi o momento em que teve de decidir apenas um caminho.
“Fiquei nessa vida até metade de 2011, quando eu estava no segundo ano de faculdade e nosso o time era líder da Série B. Como estávamos bem na competição, precisei deixar faculdade e o trabalho para me dedicar somente ao futebol”, recordou.
Apesar de ter contrariado a vontade de seu pai, que desejava que ele permanecesse com os estudos, o zagueiro trocou a roupa social pelas chuteiras.
A escolha foi recompensada: Balbuena ajudou seu time a ser campeão e subir para a Série A do Paraguai. Depois disso, rodou por Rubio Ñú-PAR, Nacional-PAR e Libertad-PAR até chegar ao Corinthians, em 2016.
Após uma primeira temporada de altos e baixos, se firmou neste ano e virou um dos destaques da defesa alvinegra. Aos 26 anos, vive o melhor momento da carreira.
- Amigo e fã do CPM 22
Nascido e criado em Ciudad del Este, cidade que fica na fronteira com o Brasil, Babuena fala português fluentemente. Roqueiro assumido, o zagueiro curte bandas brasileiras como Charlie Brown Jr e CPM 22.
“Consegui fazer amizade com o pessoal do CPM, pois o [baterista] Japinha e o [vocalista] Badauí são corintianos. Fizemos matérias juntos, assistimos jogos e curtirmos sair com as famílias”, contou.
Durante a entrega do prêmio ESPN Bola de Prata Sportingbet, o defensor mostrou um chaveiro da banda em sua mochila.
“Eles são meus ídolos desde pequeno, escutava desde os 13 anos, e ser amigo deles é muito bom. Sou muito fã e agora consegui ter mais afinidade por causa do Corinthians”, afirmou.
Além disso, o zagueiro alvinegro conseguiu realizar um de seus sonhos, ao ver os músicos no palco.
“Fui a um show deles em Guarulhos. Fiquei depois com eles no camarim e foi muito bacana. Queria ir em mais algumas apresentações deles, mas a minha agenda não deixa”, finalizou.
Xerifão do Corinthians fez faculdade de contabilidade, trabalhou em escritório e ainda cuida das próprias contas: 'Sou bom com números'
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