Sistema segue igual – mas Brady melhorou depois da folga
Nas primeiras semanas da temporada tudo lindo, tudo maravilhoso – Tom Brady tinha o melhor elenco de recebedores em praticamente uma década e chegara até a ser cogitado a entrar na corrida pelo MVP. Não, não vou apontar o dedo para ninguém, eu comprei essa história também. Afinal, ele estava lá em cima na briga pela liderança em touchdowns passados – feito um tanto quanto impressionante para um jogador de 43 anos, convenhamos.
Aí as coisas começaram a azedar. Veio aquela partida esquisita contra os Giants, na qual os Buccaneers eram favoritos por mais de 10 pontos em Las Vegas. Depois, aquele jogo pífio contra o New Orleans Saints no Sunday Night Football – no qual a atuação de Tampa Bay praticamente sepultou a chance de um título de divisão, coisa que Tom Brady tinha conquistado de maneira seguida desde 2009.
De repente, a culpa era só do sistema. Bruce Arians estava fazendo coisas erradas – que ele sempre fez, diga-se – e Tom Brady precisava ser ajudado. Não discordo que o head coach tem que moldar suas chamadas em função dos jogadores que tem à disposição. Mas passar pano 200% como se Brady fosse isento totalmente de culpa é algo que não concordei na época e o tempo mostrou que de fato não era o caso. Com acesso à plataforma de Big Data que temos acesso, montei a seguinte tabela para mostrar como o sistema segue rigorosamente o mesmo no intervalo Semana 11-12 e Semana 14-15. No primeiro, duas derrotas de Tampa Bay. No segundo, duas vitórias.
Semana 11-12: 11,9% de play-action (31), 65,3% de passes completos para tight ends, com, 9 recepções (16); 18 passes lançados para mais de 15 jardas
Semana 14-15 (Folga na Semana 13): 18,6% de play-action (17º) 64,2% de passes completos para tight ends, com 10 recepções (24); 12 passes lançados para mais de 15 jardas.
O que explica o ataque jogar melhor então? Ora, a essência tática de Bruce Arians continuou parecida. Não houve um aumento tão grande no número de passes para tight ends – como se esperava dado o elenco do time e a afinidade de Brady com jogadores da posição – o número de passes em profundidade seguiu semelhante, de certa forma, e o play-action ficou numa porcentagem parecida – ainda abaixo dos 20%, sendo de longe uma das equipes que menos usam do expediente.
Brady mudou – sobretudo em profundidade
É aí que mora o núcleo da tese. Como você vê acima, o sistema continuou praticamente idêntico nas duas últimas derrotas e nas duas últimas vitorias; Já Tom Brady? Melhorou no que precisava. Quando um quarterback "não tem" o passe em profundidade como era o caso do quarterback dos Buccaneers, a defesa tem vida mais fácil porque pode aglomerar o box com defensores. Nas duas derrotas,
Não surpreende, portanto, que Tom Brady em si seja o fator de melhora. Aparte da questão que ele foi menos pressionado nas duas últimas partidas – em especial no segundo tempo contra Atlanta, sendo pressionado em apenas 6% dos recuos de passe – houve uma significativa melhora. Nas duas derrotas (Semana 11-12), Brady teve 5-18 para mais de 15 jardas, somando 1 touchdown e 3 interceptações. Nas duas últimas partidas (Semanas 14-15), 7-12 (58%), 2 touchdowns e nenhuma interceptação. Isso, frise-se, no mesmo sistema rodado anteriormente – até porque nessa altura do campeonato não dá para fazer mudanças significativas num sistema tático-ofensivo.
A partida contra o Detroit Lions neste sábado pode ser um termômetro interessante para essa melhora. Até porque a defesa dos Lions vem sendo uma avenida com sinal verde para jogadas assim. Nesse mesmo espaço amostral – passes para mais de 15 jardas – os Lions estão cedendo 53% de passes completos (27º da NFL) e tem média de 4 touchdowns cedidos para cada interceptação – 29º. O rating cedido em passes assim? 95.6, o 27º da NFL. Para completar, nem de perto os Lions estão conseguindo pressionar o quarterback, tendo 21% de pressão no ano todo. Sim, você imaginou certo, é a pior marca da NFL. E sim, sem pressionar Tom Brady é praticamente impossível ter uma chance razoável de vitória como o Atlanta Falcons brilhantemente demonstrou ao mundo na semana passada.
Vejamos se a melhora segue. A tendência é que sim e isso é importante – afinal, os playoffs começam em apenas duas semanas. Neste sábado comento Buccaneers @ Lions às 15h na ESPN, te espero.
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