Sport é vice-líder do Campeonato Brasileiro após 10 rodadas
Williams Aguiar/Sport Club do Recife
Quando o Sport anunciou que abriria mão da Copa do Nordeste em 2018, a região ficou perplexa. Afinal, abdicar da principal competição do primeiro semestre para se dedicar ao Campeonato Pernambucano não era uma decisão normal. Alegando questões financeiras, o rubro-negro rompeu com a Liga do Nordeste e seguiu o seu caminho longe dos grandes clubes da região.
A temporada, porém, mostrou que o Leão da Ilha tomou a decisão mais arriscada possível. O time foi eliminado na segunda fase da Copa do Brasil, num jogo dramático contra o Ferroviário-CE, e caiu nas semifinais do Campeonato Pernambucano. Pressão que fez com que Nelsinho Baptista, no início do Brasileirão, pedisse demissão do cargo de técnico.
Nelsinho, aliás, não conseguiu dar padrão ao Sport nos quatro primeiros meses do ano. Começou com o 4-4-2 e tentou variar o time para o 4-3-3 no início da temporada. Perdido nas ideias, tentou recuar os pontas e cravou o 4-2-3-1 como sua formação padrão. Quando recebeu sete reforços para a disputa do Campeonato Brasileiro, abandonou o barco.
É bem verdade, que Nelsinho Baptista, assim como um atleta que passa muito tempo no exterior, não conseguiu se adaptar. Os anos de trabalho no Japão o fizeram perder os hábitos do futebol brasileiro. Saiu da Ilha do Retiro detonando os dirigentes do clube.
O ‘renascimento’ de Claudinei
A aposta da diretoria, a princípio, não agradava ao torcedor. Claudinei Oliveira, recém-demitido do Avaí, foi o escolhido para continuar o trabalho no rubro-negro. No time catarinense, foi rebaixado à Série B e não conseguiu chegar às finais do estadual em 2018. Ganhou uma nova chance de figurar entre os principais técnicos da elite do futebol brasileiro.
Claudinei Oliveira volta à elite com boa campanha no Sport
Williams Aguiar/Sport Club do Recife
Com a ideia de recuperar o ambiente no Sport, Claudinei conseguiu resultados expressivos. Em oito partidas, são cinco vitórias, dois empates e apenas uma derrota. O time saiu da zona do rebaixamento para ocupar a vice-liderança da Série A.
A primeira preocupação de Claudinei Oliveira foi fazer com que o Sport tivesse identidade em campo. Investiu na construção de jogadas ensaiadas, principalmente nas bolas paradas, e buscou acertar a defesa. Deu certo. Alcançar padrão de jogo de uma maneira tão rápida foi o grande trunfo do treinador leonino.
Os pilares do Leão
Claudinei, formado nas divisões de base do Santos, recuperou sua vocação ofensiva dos tempos do Peixe e montou o Sport no 4-3-3. Marlone passou a ter mais liberdade para atuar como ponta, e por muitas vezes trabalha como um construtor pelos lados do campo. Rogério, jogador mais agudo e eficiente no um contra um, abre o campo e busca as jogadas de linha de fundo. Os dois trabalham para Rafael Marques, centroavante fixo, incomodar os zagueiros.
No meio-campo, um trio experiente. Anselmo, Fellipe Bastos e Gabriel formam a trinca que mescla força na marcação e criatividade. Sem a bola, os três formam um cinturão que também conta com as voltas de Rogério e Marlone, num 4-5-1 na fase defensiva. Com ela, municiam o trio de atacantes. Anselmo, terceiro jogador com mais desarmes no Brasileirão (37, de acordo com o Footstats), está sendo negociado e cedeu vaga para Deivid, que mantém o equilíbrio. Michel Bastos, por exemplo, ainda luta por uma vaga no time titular.
O ‘calcanhar de Aquiles’ de Claudinei Oliveira, porém, tem sido a defesa. Desde que o técnico chegou à Ilha do Retiro, o Sport tem média de um gol sofrido por partida. A zaga, formada por Ronaldo Alves e Ernando, ainda sofre com o processo de adaptação ao esquema, por muitas vezes ofensivo, e que exige dos laterais Raul Prata e Sander intensidade nas duas fases do jogo. O Leão é o vice-líder em finalizações no alvo (62), atrás apenas do Atlético-MG (67), muito por conta da participação intensa de seus laterais. Nos dois últimos jogos, porém, o time saiu de campo sem ser vazado – muito por conta da entrada de Deivid, volante que protege mais a defesa e com características diferentes das de Anselmo. Magrão, lendário goleiro leonino, ainda é a grande referência da defesa rubro-negra.
A expectativa é saber se o Sport manterá o bom desempenho no Campeonato Brasileiro. A parada para a Copa do Mundo pode ajudar Claudinei Oliveira a aprimorar o jogo da equipe, mas também pode tirar o embalo de um time que tem surpreendido na temporada. A ausência da Copa do Nordeste e de rivais com melhores referências técnicas no primeiro semestre, ao que parece, não fizeram diferença na vida do Leão da Ilha.
Fonte: Elton Serra, blogueiro do ESPN.com.br
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