A ‘punição’ da CBF a Wilton Pereira Sampaio e outros tem o silêncio da associação dos árbitros
Os árbitros de Goiás que pertencem ao quadro da CBF estão há duas rodadas sem escala em todas as categorias e sequer estão sendo escalados como quarto árbitro em jogos locais. Nem o mundialista Wilton Pereira Sampaio escapou desse ‘ataque de fúria’ de Wilson Seneme e CBF.
O Goiás e a Federação Goiana de Futebol fizeram duras críticas à arbitragem após a vitória por 1 a 0 do Goiás diante do Fortaleza, no último sábado (5).
“Nós não aguentamos mais conviver com tantos problemas de arbitragem que vêm acontecendo com o Goiás desde o ano passado . É inadmissível o Brasil continuar com esse nível de arbitragem ridículo. Já perdi a conta de quantos ofícios mandei para a CBF. Além disso, a Federação Goiana defende seu afiliado, policiou-se fortemente a nosso favor e contra a arbitragem. Estamos cansados. Já ligamos, já conversamos com o Seneme e nada. O Goiás não admite ser roubado mais”, esbravejou o presidente do Goiás, Paulo Rogério.
Antes dessas críticas, já haviam ocorridas outras e a arbitragem goiana perdeu espaço. Costumo chamar isso de ‘punição silenciosa', onde os dirigentes punem os árbitros quando e como querem, muitas vezes sem motivos transparentes. É uma prática comum, eu mesma já fiquei 3 meses sem escala durante uma época que havia me afastado do sindicato dos árbitros.
O árbitro está apto, aprovado em teste físico, prova teórica, sem problemas nos jogos que trabalha e simplesmente fica fora de escala. Este ano mesmo, em função de um desentendimento entre Conmebol e a Associação Paraguaia, os árbitros do Paraguai ficaram um bom tempo sem escalas na Libertadores e Sul-Americana. Podemos dizer que a corda sempre arrebenta para o lado mais fraco.
Retaliar a arbitragem é uma prática comum, algumas vezes os comandantes da arbitragem o fazem e outras a ordem vem de cima. Isso mostra como a arbitragem não é simplesmente meritocracia, deixa claro que os árbitros sabem que acontecem essas punições caso desagradem seus dirigentes e por isso muitas vezes se calam e/ou aceitam o inaceitável.
Para mostrar um pouco mais como funciona esse universo da arbitragem, este ano foi criada a Associação de Árbitros de Futebol do Brasil, com o slogan ‘Árbitros para árbitros’. Em seu primeiro post no Instagram, a Associação descreve que “uma das propostas da ABRAFUT é falar em nome dos árbitros brasileiros. É dar aos mesmos o direito de voz que todas as outras vertentes envolvidas no futebol têm. Os posicionamentos e defesas diante de julgamentos injustos e/ou condenações injustas e infundadas estiveram no poder de todos os envolvidos no âmbito futebolístico, com exceção da arbitragem”.
Essa associação que foi criada para dar voz aos árbitros e os defenderem (seus associados), está totalmente calada diante desta falta de escala dos árbitros goianos pela CBF, se cala também diante das punições oficiais aplicadas pelo seu comandante Wilson Seneme e da CBF, como a dada ao árbitro Bruno Arleu e tantos outros. Por que a ABRAFUT não se manifesta a favor dos seus associados e automaticamente contra quem escala todos que fazem parte desta associação? Essa questão já foi respondida ao decorrer dessa matéria.
Infelizmente, a arbitragem diretamente ligada à Confederação e às Federações pode ser considerada um problema. Se torcermos para uma Liga independentemente, também torcemos para uma arbitragem independentemente como da Premier League.
A arbitragem brasileira precisa melhorar muito e em muitas vertentes, enquanto isso seguiremos vivenciando ‘punições silenciosas'.
A ‘punição’ da CBF a Wilton Pereira Sampaio e outros tem o silêncio da associação dos árbitros
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