Mac Allister chegou e é possível imaginar um novo Liverpool com Arnold no meio campo
Não foi só a óbvia queda na tabela de classificação de uma temporada para a outra e nem foi apenas a diferença de 25 pontos a menos de um ano para o outro. As diferentes campanhas nas duas últimas temporadas no Liverpool escancararam que o time perdeu força e força física é algo que é muito exigido e tido como um dos pilares do trabalho de Jürgen Klopp.
Jogar apenas na conta da saída de Mané é flertar com a resposta simples e casar com o engano. Claro que Mané fez falta e que o encaixe de ataque talvez demore anos para ser tão brilhante como já foi, mas o meio e a defesa renderam muito menos do que esperado e apenas Alisson, que foi o goleiro a evitar mais gols dados como certos na Premier League e jogador da temporada no Liverpool, parece ter saído com uma nota superior ou igual à da temporada passada.
Não só o campo não funcionou bem, mas os bastidores estiveram muito agitados e respingaram na rotina do futebol. O clube foi colocado à venda e até mesmo a reposição do médico titular virou um drama. O Liverpool, tudo indica, já começa a viver uma nova era. Após perder Michael Edwards e logo depois Julian Ward (sim, o Liverpool perdeu em sequência dois diretores responsáveis por contratações e que ligavam o clube ao treinador), o alemão Jorg Schmadtke acabou de assumir a função e já responde pelos passos dos Reds.
É consenso que o motor do time, o meio campo, precisa passar por uma renovação. Klopp já esboçou mudanças na reta final da temporada, quando o time venceu sete jogos em sequência e terminou a temporada defendendo uma invenciblidade de 11 jogos. Sofrendo com críticas sobre o espaço existente nas costas do então lateral direito Alexander-Arnold, Klopp simplesmente deslocou Arnold para o meio. Konaté passou a marcar pela direita, Van Dijk centralizou e Robertson passou a executar a função de um terceiro zagueiro pelo lado esquerdo. Arnold desafogou Fabinho e a bola passou a chegar com mais frequência ao ataque. Foram sete assistências e um gol marcado nos últimos dez jogos, justamente quando Klopp mudou Arnold de posição/função.
Observe abaixo onde estão as ações de Alexander-Arnold com a bola nos últimos dez jogos. É nítido que 24% das ações dele são na faixa de campo mais central possível.
Pensar em um novo meio campo do Liverpool é pensar em Alexander-Arnold? Creio que sim e entendo que uma boa pré-temporada ajudará a entender mais como será o funcionamento e com quem, mas Arnold parece ser o centro das atenções do setor. E quem chega para as vagas de Milner, Keita e Oxlade-Chamberlain?
Milner já não era titular há algum tempo, mas iniciou sete partidas da Premier League passada e entrou em campo 31 vezes. Keita iniciou três jogos e jogou apenas oito partidas da Premier League e Chamberlain fez nove jogos da PL, mas foi titular só em quatro. Falando um português bem claro, dois dos três que saíram quase não entraram em campo. Sem falar que Thiago, último reforço para o meio campo e contratado no distante 2020, ficou 20 jogos da PL sem atuar. Concluir que a direção dormiu no ponto e deve levar parte da culpa pela falta de fôlego do meio campo não parece ser um equívoco.
Se as antigas soluções foram perdendo espaço, é preciso destacar que a temporada foi a da juventude de Elliott, Bajcetic e Jones. Aos 20 anos, Elliott, o dono da camisa 19, iniciou 18 jogos como titular e disputou um total de 32 partidas. Machucado na reta final, Bajcetic chegou a ser uma das sensações do time. O espanhol de 18 anos marcou gol contra o Aston Villa e disputou 11 jogos, sendo seis como titular. Quem rendeu muito na reta final foi outro jogador formado em casa: Curtis Jones marcou três gols na temporada. Fez 18 jogos e iniciou 12 jogos como titular.
A primeira cara nova para 2023/2024 já foi anunciada e recebeu a camisa 10. Mac Allister viveu uma temporada dos sonhos. Campeão do mundo com a seleção da Argentina e condutor do Brighton na melhor campanha da história do clube. Um olhar para o que ele fez em 22/23 mostra que o novo camisa 10 jogou em todas as partes do meio campo do Brighton. Atuou no início das jogadas quando o time esteve com a bola e se colocou como um protetor quando o time era atacado. Funcionou como um teórico 10, mais perto da faixa de acesso à área adversária e também criou pelos dois lados do campo. Resumindo: 75% das ações de Mac Allister com a bola foram de uma intermediária para a outra; 25% do centro para o lado esquerdo, 15% do centro para a direita e 35% no corredor central.
Quem mais virá? Virá alguém mais? Quais as prioridades? As respostas devem vir antes do início de agosto. Klopp gosta de trabalhar com o elenco já formado e o atual elenco não respondeu bem na temporada passada.
Mac Allister chegou e é possível imaginar um novo Liverpool com Arnold no meio campo
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